A Modernização da Gestão Rural
Quem pensa que gestão de agricultura se resume a supervisionar o plantio e cuidar da colheita está redondamente enganado.
Quem pensa que gestão de agricultura se resume a supervisionar o plantio e cuidar da colheita está redondamente enganado. Muito além disso, a gestão agrícola engloba a administração de propriedades rurais com todas as suas inerentes atividades empresariais.
Estamos falando de gestão de departamentos como fornecedores, logística, estoque e materiais. Também estamos nos referindo à parte contábil: fluxo de caixa, contas a pagar e receber e planejamento financeiro. Isso sem contar o gerenciamento de pessoal e serviços relacionados.
Gerir o negócio agrícola moderno requer habilidades que tragam melhor desempenho, produtividade e lucro. Por isso, a modernização da gestão rural trouxe com ela novas necessidades. Uma delas é o uso de ferramentas tecnológicas.
Elas proporcionam aos negócios rurais uma série de benefícios. Agilidade e organização nas rotinas, definição de métricas de desempenho, mais segurança na tomada de decisões, automatização e padronização de processos, redução de custos e eliminação de gastos desnecessários.
Neste post vamos abordar os principais recursos com que a gestão agrícola atual tem atuado nos últimos anos. Confira!
Transformação digital na agricultura
Quando se fala em transformação digital, pode ser que a primeira ideia que vem à mente seja a utilização de recursos computacionais simples, como uma planilha eletrônica. Mas vai além disso. Transformação digital se refere a inclusão de soluções digitais na gestão de todos os setores de uma empresa.
Na agricultura ela também já aparece. Fala-se, inclusive, na agricultura digital. Com ela vem o emprego de inúmeras ferramentas e métodos voltados ao desenvolvimento agrícola. Entre os benefícios da transformação digital na agricultura estão a detecção de interferência na produção e a racionalização do consumo de água e insumos.
O resultado do uso de tanta tecnologia nos trabalhos agrícolas dá origem a uma nova maneira de pensar as atividades do campo. Trata-se da agricultura de precisão.
Agricultura de precisão (AP)
A agricultura de precisão evita o investimento às cegas no plantio. Este método introduz o uso de aparelhos de ponta para monitorar os locais com as melhores condições químicas e biológicas para o cultivo.
A redução do impacto ambiental e a promoção da sustentabilidade também tem um lugar de destaque na AP. É possível controlar o uso de agrotóxicos e as formas de eliminação desses compostos. Outro benefício é a localização de áreas ricas e pobres em nutrientes, a fim de apontar a quantidade correta de fertilizantes a usar.
Para existir, a AP demanda ferramentas e recursos tecnológicos que proporcionam ao empresário o acompanhamento em tempo real da execução dos processos. O que veremos a seguir são exemplos da modernização agrícola.
Recursos atuais da tecnologia agrícola
GPS
O GPS já é, de forma geral, uma tecnologia presente há alguns anos. Mas na agricultura continua sendo aplicada de forma copiosa. As aplicações são muitas:
-
Mapeamento de terras e áreas de potencial plantio;
-
Amostragens de solo;
-
Inspeção da aplicação do maquinário, como tratores;
-
Observação do estado geral das plantações;
-
Presença de pragas e estudo de métodos de eliminação;
-
Monitoramento dos processos de produção.
O uso do GPS depende de satélites de posicionamento e de um receptor em solo. Esse receptor pode ser um smartphone ou um notebook. Assim, o agricultor pode acessar os dados de que precisa de forma prática.
Sensores
Espalhados em solo no meio da plantação, os sensores têm a função principal de monitorar o estado e a saúde da plantação, detectando a qualidade do solo, a presença de substâncias prejudiciais e transmitir informações para o agricultor.
Os dados também são recebidos em um dispositivo como um celular e isto permite o acompanhamento remoto. Um ponto que merece atenção é que a aplicação do recurso dos sensores, e outros também, depende muito da qualidade das conexões. O uso do 5G, que em pouco tempo chegará ao Brasil, tende a melhorar ainda mais este recurso.
Drones
O robô voador faz parte da categoria dos VANT (Veículos Aéreos Não Tripulados). Excelentes aliados na supervisão das plantações, eles transportam câmeras de alta resolução e sensores.
Eles são úteis para coletar dados sobre quantidade, medição da altura, necessidade da aplicação de insumos, água e pesticidas, além da instalação de sensores de solo. A obtenção desses dados permite uma rápida tomada de decisão e ação.
As imagens obtidas pelas câmeras instaladas estão disponíveis a qualquer tempo que o responsável pelo plantio ou pela colheita precisar, não importando as condições climáticas.
Big Data
O Big Data é um conjunto gigantesco de dados de diversos tipos que são filtrados e utilizados para otimizar o desempenho de uma empresa e a criação de estratégias eficazes. Na agricultura, este recurso tem ganhado espaço nos tempos mais recentes. As informações que o Big Data reúne vêm das ferramentas que já foram mencionadas, como os sensores, drones e GPS.
KPI
Essa sigla pode ser traduzida por indicadores-chave de performance. São dados que servem como parâmetros, ou métricas, que apontam o desempenho do negócio agrícola e oferecem base para planejamento estratégico e tomada de decisões.
Os KPI, como em qualquer outra empresa, são dados que visam comparar os resultados reais com aqueles esperados no planejamento. São essenciais para as tomadas de decisão e reformulação estratégica. Na agricultura, podem aplicar-se do plantio à colheita, passando por todos os processos intermediários.
Sistemas de gestão agrícola
São softwares especialmente pensados para a gestão do agronegócio. São altamente recomendáveis os softwares modulares, como os ERP. Eles oferecem agilidade, praticidade e integração com os diversos setores de uma empresa.
Os sistemas de gestão têm muito a oferecer à produtividade do setor agrícola. Contas a pagar e receber, emissão de notas fiscais, logística, relatórios, planejamentos, gestão de fornecedores, de processos inerentes, armazenagem etc.: são várias as formas de empregar os sistemas de planejamento de recursos.
De forma mais específica, os sistemas levantam dados que ajudam o produtor a definir estratégias e objetivos. Assim, ele pode se atentar a áreas diversas, como o controle de estoque e insumos e aos custos de produção.
Os ERP geram relatórios de acompanhamento e promovem a automatização de processos, otimizando recursos organizacionais.
O agronegócio já avançou bastante. O produtor rural precisa acompanhar este ritmo de desenvolvimento se quiser se manter competitivo ou mesmo continuar existindo.